sexta-feira, 7 de março de 2014

Médico descreve queda de carro da Ponte Rio-Niterói: ‘as imagens são fortíssimas’


Médico descreve queda de carro da Ponte Rio-Niterói: ‘as imagens são fortíssimas’


Barcos da Marinha procuraram indícios de automóvel que caiu da Ponte
Barcos da Marinha procuraram indícios de automóvel que caiu da Ponte Foto: Fernando Quevedo / 03.03.2014 / foto. Paolla Serra


Marina diz que dirigia a 80 km/h
Marina diz que dirigia a 80 km/h Foto: Reprodução / Facebook


Coordenador médico da CCR Ponte, o cardiologista Diogo Telles, de 35 anos, descreveu, na quinta-feira, as imagens registradas pelas câmeras da Ponte Rio-Niterói, que mostram o momento do acidente, na última segunda-feira, com a aluna de Engenharia de Produção Marina Pinto da Silva Borges, de 22 anos. A estudante dirigia um Renault Sandero quando despencou da Ponte e sobreviveu à queda. Ontem, ela teve alta do CTI.
- Ela seguia pela segunda pista da esquerda para a direita, no sentido Rio, quando tentou desviar de um carro que freou bruscamente na sua frente. Ela, então, desviou para a esquerda e bateu na mureta central. Neste momento, o Renault capotou oito vezes, chegou a encostar no guarda-corpo, quase parando sobre ele, e caiu de bico na Baía de Guanabara - relatou Diogo.
Segundo ele, às 6h10m a equipe recebeu o alerta para socorro. Às 6h18m, uma equipe do Grupamento Marítimo foi acionada. Marina teria ficado 32 minutos na água.


Equipe da CCR Ponte chegou ao local do acidente cerca de 10 minutos depois
Equipe da CCR Ponte chegou ao local do acidente cerca de 10 minutos depois Foto: Fernando Quevedo / 03.03.2014 / Extra

Há nove meses no cargo, o médico acredita que o que aconteceu com Marina foi “um milagre”.
- As imagens são impressionantes, fortíssimas, por isso nem vamos divulgá-las. Se me perguntassem até a semana passada se isso (sobreviver a esse tipo de acidente) era possível, eu diria que não. Foi um acidente inusitado, com um capotamento grave e uma queda livre de 60 metros. Tenho certeza de que ela foi agraciada com um milagre - emocionou-se Diogo, depois de visitar a jovem.
A estudante de Engenharia de Produção recebeu alta ontem do CTI do Hospital Pasteur, no Méier, e foi transferida para um quarto na unidade. A jovem contou ao EXTRA que “só pensava em ficar viva”, no momento da queda:


Marina foi resgatada da Baía de Guanabara depois de boiar por 32 minutos
Marina foi resgatada da Baía de Guanabara depois de boiar por 32 minutos Foto: / Extra

- Fiquei lúcida o tempo todo. Eu só conseguia pensar que tinha que ficar calma porque sou muito nova, ainda tenho muita coisa para viver.


Marina Borges, que estava no Hospital Souza Aguiar, foi transferida a para o Hospital Pasteur, aqcompanhada pela mãe, Silvia
Marina Borges, que estava no Hospital Souza Aguiar, foi transferida a para o Hospital Pasteur, aqcompanhada pela mãe, Silvia Foto: Ana Branco / Extra

Marina seguia da casa do namorado, no bairro Paraíso, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, para a empresa onde trabalha, em Olaria, na Zona Norte.
- Eu estava indo com uma velocidade de uns 80 quilômetros por hora, quando tentei desviar de um veículo na minha frente. Acho que acabei virando demais o volante e depois perdi o controle. Agora já estou bem. Vivi de novo. Na hora, só conseguia pensar que tinha que ficar calma porque sou muito nova, ainda tenho muita coisa para viver. Eu só fiquei parada, esperando que alguém viesse me socorrer - contou a jovem.


Após a queda, no entanto, ela diz que não se lembra como saiu do carro: - Não lembro nem se estava de cinto. Eu acho que fui ejetada para fora do carro. O acidente de Marina foi o primeiro, em 40 anos de Ponte, em que a vítima caiu de carro e sobreviveu. De acordo com a assessoria da CCR, concessionária que administra a via, o último caso semelhante ocorreu em 1996. Na ocasião, um motorista de ônibus caiu com o veículo e morreu.

Fonte: EXTRA Notícias