domingo, 17 de março de 2013

Com mensagem sobre o perdão, Papa Francisco reza 1º Ângelus

"Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão". Com essas palavras, o Papa Francisco transmitiu a principal mensagem da oração do Ângelus deste domingo (17), a primeira de seu pontificado. Seu discurso foi todo marcado pelo perdão e pela misericórdia.

“Deus é como um pai misericordioso, que sempre tem paciência conosco, nos compreende, atende, não se cansa de nos perdoar. Grande é a misericórdia do Senhor", disse.

O novo pontifície abriu seu pronunciamento com uma saudação que já se tornou sua marca registrada: “Irmãos e irmãs, bom dia”. O Papa se disse feliz por poder se encontrar novamente com os fiéis em um intervalo curto de tempo, após sua primeira aparição pública na última quarta-feira (13), quando foi eleito. “Estou feliz de fazer isso no domingo, dia do senhor”, afirmou.

Logo no início de suas palavras, o Papa Francisco mencionou que leu nos últimos dias um livro do cardeal alemão Walter Kasper - a quem classificou de “bom teólogo”, sobre a misericórdia. “Mas não pensem que estou fazendo publicidade do livro do cardeal”, disse o Papa sorrindo, provocando muitos risos entre os fiéis. “O livro dizia que a misericórdia é uma palavra que muda tudo, muda o mundo. Um pouco dela deixa o mundo menos frio e mais justo”, disse Francisco.

Ângelus (Foto: Reprodução/TV Globo)Papa Francisco durante a oração do Ângelus neste domingo  (Foto: Reprodução/TV Globo)

O Papa destacou pelo menos duas vezes durante seu discurso que, devido ao alcance dos meios de comunicação, podia falar neste domingo não apenas com quem estava na Praça, mas com todo o mundo.

Francisco, que é argentino, lembrou que as origens de sua família estão na Itália. "Mas nós fazemos parte de uma família maior, a família da Igreja", disse.

O Papa Francisco também se lembrou de uma passagem de sua vida ocorrida em 1992, quando ele ainda era bispo em Buenos Aires. Na época, chegou à cidade a Madonna de Fátima, e foi feita uma grande missa em homenagem aos doentes – o então bispo ficou à disposição de quem quisesse se confessar.
“Ao fim, veio a mim uma anciã, muito humilde, nos seus 80 anos. A vi e disse ‘nona – porque é assim que chamamos os anciãos lá – mas você não tem pecados’. Ela disse que todos temos pecado, e que o senhor perdoa a todos. ‘Se o senhor não perdoasse tudo, o mundo não existiria’, ela disse.”
Durante o discurso do Papa, muitas pessoas ficaram emocionadas, principalmente religiosos. Ao fim, Francisco fez uma saudação aos peregrinos – e pediu que eles orassem por ele, e saudou todos os fiéis de Roma e do mundo. “Renovo meu abraço aos fiéis de Roma, e estendo a todos que vieram de toda a Itália e de todas as partes do mundo, e os que estão unidos a nós pelos meios de comunicação."

Papa aparece para fíeis antes da missa no Vaticano (Foto: Juliana Cardilli/ G1)Papa aparece para fíeis antes da missa no Vaticano (Foto: Juliana Cardilli/ G1)

No encerramento, o Papa pediu que todos não se esquecessem que “o senhor não se cansa de perdoar, nós que os cansamos de pedir perdão”, seguido por um “bom domingo, e bom almoço!”, arrancando novamente risadas dos fiéis.

Mais cedo, Francisco voltou a quebrar o protocolo e apareceu para os religiosos em uma entrada lateral do Vaticano, na Via de Porta Angelica, pouco antes das 10h locais (6h no horário de Brasília). Ele estava indo para a Paróquia Sant'Anna, dentro do Vaticano, para celebrar uma missa que começou às 10h.

O argentino Jorge Mario Bergoglio foi escolhido o novo Papa da Igreja católica no último dia 13, após dois dias de conclave. Ele assumiu o posto máximo da Igreja depois da renúncia de Bento XVI, em 28 de fevereiro.

Em dia de grandes eventos, é preciso passar por detectores de metais na Praça São Pedro. Por conta das filas, teve quem preferiu ficar do lado de fora (Foto: Juliana Cardilli/ G1)Em dia de grandes eventos, é preciso passar por detectores de metais para entrar na Praça São Pedro. Por conta das filas, teve quem preferiu ficar do lado de fora (Foto: Juliana Cardilli/ G1)

Mar de pessoas começa a deixar o Vaticano depois do primeiro Ângelus do Papa Francisco (Foto: Juliana Cardilli/ G1)Mar de pessoas começa a deixar o Vaticano depois do primeiro Ângelus do Papa Francisco (Foto: Juliana Cardilli/ G1)

São Paulo vence Oeste, não convence, mas retoma liderança

Torcida que protesta antes, durante e depois do jogo. Atacante que faz gol e não comemora. Meia que custou caro e passa os 90 minutos no banco de reservas. Técnico contestado e chamado de burro. No meio de tudo isso, o São Paulo venceu o Oeste por 3 a 2 neste domingo, num vazio e chuvoso Morumbi, e retomou a liderança do Campeonato Paulista. Nem parece. Com tantos problemas a serem resolvidos, o Tricolor mal celebrou o resultado em um jogo estranho, com mais sustos do que o previsto.

O estádio recebeu apenas 7.881 pagantes, número até razoável, dadas a baixa temperatura, a chuva e a recente derrota são-paulina para o Arsenal, pela Libertadores. Edson Silva e Rafael Toloi abriram o placar no primeiro tempo, e Luis Fabiano desencantou no segundo – não comemorou o gol, nem esboçou um sorriso. Ligger e Wanderson descontaram para o Oeste.

Paulo Henrique Ganso não começou jogando, nem foi utilizado durante partida. Passou o tempo todo no banco e viu a torcida criticar Ney Franco. Além dos gritos de “burro”, faixas com “Cadê o esquema tático?” e “PH Ganso e Cañete no banco?”. Questões que técnico e time não conseguiram responder de forma satisfatória neste domingo.

O resultado levou o Tricolor aos 26 pontos, na confortável liderança do estadual. O Oeste permanece com 14, na zona intermediária da tabela. O São Paulo volta a campo na próxima quarta-feira, contra o São Bernardo, às 22h (horário de Brasília), no ABC paulista. No mesmo dia, o Oeste recebe o Bragantino, às 19h30, em Itápolis.

Zagueiros marcam, mas sono custa caro

Pressionado, Ney Franco foi questionado antes mesmo da partida começar. Pela torcida, que protestou em frente ao Morumbi e exibiu faixas do nível de “Cadê o esquema tático?”, e por todos que queriam entender a escalação do ataque, em formação inédita: Luis Fabiano centralizado, Wallyson aberto pela direita, Ademilson pela esquerda, e Ganso e Aloísio no banco de reservas. Ney queria abrir o jogo pelas pontas e furar a previsível retranca do Oeste.

Nas duas primeiras jogadas, sinais de que o esquema poderia dar certo. Em trocas rápidas de passes, o São Paulo chegou facilmente à meta de Jailson, que salvou o Oeste em finalizações de Wallyson e Rodrigo Caio. Apesar do início animador, o ritmo caiu demais. Com chuva, então, ficou mais difícil. O Tricolor trocou passes com paciência, procurando o melhor momento de superar a defesa rival.

O domínio foi claro, mas o São Paulo precisou de sua zaga para tentar matar o jogo ainda no primeiro tempo. Após jogada inteligente de Ademilson, Edson Silva apareceu sozinho, em posição legal e na pequena área, para fazer 1 a 0, aos 17 minutos. Pouco depois, aos 30, Rafael Toloi ficou com “inveja” do companheiro de defesa e subiu ao ataque para cabecear com perfeição uma falta cobrada por Jadson: 2 a 0.

Mesmo com a vitória parcial, o Tricolor não chegou a inspirar 100% de confiança. Jadson foi bem e criou as principais jogadas. Luis Fabiano quase não foi notado, muito marcado. A torcida percebeu a preguiça em alguns momentos e começou a gritar “Libertadores é obrigação”. O sono teve seu preço: aos 46 minutos, quando o jogo já parecia resolvido, Edson Silva falhou e deixou Ligger sozinho para cabecear após cruzamento vindo da esquerda: um 2 a 1 amargo para o São Paulo administrar.

Sustos, gols e cobranças

A desconfiança da torcida entrou em campo no segundo tempo, com um São Paulo mais retraído e permitindo avanços do fraco Oeste. Os sustos que o time de Ney Franco tomou foram frequentes demais para quem é líder do Paulistão e ainda busca classificação à segunda fase da Libertadores. Um chute de Serginho e outro de Wanderson quase encontraram o caminho do gol. E os protestos começaram.

De novo, o “Libertadores é obrigação”, mostrando que o são-paulino não liga tanto assim para o estadual. Dentro de campo, alguns também pareciam não se importar tanto assim. Um clima estranho, mesmo com o time vencendo.

Tão estranho que Luis Fabiano, enfim, fez seu gol aos 24 minutos, aproveitando passe em profundidade de Douglas e finalizando de pé esquerdo, sem chances para Jaílson. O centroavante não comemorou, sequer esboçou um sorriso. Apenas abraçou os companheiros e continuou jogando.

O gol devolveu a tranquilidade ao São Paulo, mas não ao seu torcedor, que queria ver Ganso em campo. A esperança acabou quando Cañete foi chamado para substituir Jadson, a terceira alteração do time no jogo. Os quase 8 mil tricolores não perdoaram: “burro, burro”. A situação não melhorou quando Rogério Ceni falhou numa reposição de bola, armou o contra-ataque para o Oeste e viu Wanderson diminuir o placar aos 32 minutos: 3 a 2.

Do banco, Ganso se agasalhou após o aquecimento e viu a equipe criar mais chances, mas não ampliar o placar. Uma vitória obrigatória, mas que não precisava de tantos sustos assim. O Tricolor é líder do Campeonato Paulista, e isso não significa muita coisa a essa altura da temporada.

Fonte: G1

Primeira prefeita eleita por voto direto no Brasil morre no Ceará aos 89 anos

Aldamira foi a primeira prefeita eleita com voto direto (Foto: TV Diário/Reprodução)

A primeira mulher eleita prefeita por voto direto no Brasil, Aldamira Guedes Fernandes, morreu aos 89 anos em Fortaleza na madrugada de sábado (16) de parada cardíaca. Aldamira foi prefeita de Quixeramobim, no Sertão Central do Ceará.

Ela estava internada em um hospital particular de Fortaleza desde janeiro, quando sofreu uma queda em sua residência, em janeiro. De acordo com o hospital, ela havia passado por uma cirurgia e se preparava para retornar a Quixeramobim, quando teve a parada cardíaca.

A prefeitura de Quixeramobim decretou luto oficia de cinco dias. A data e horário do sepultamento de Aldamira Guedes ainda não foram definidos.

Aldamira foi eleita prefeita em 1958 e exerceu o mandato entre 1959 e 1962. Ela era natural de Iguatu, no Ceará, e morava em Quixeramobim desde os 17 anos de idade.

Prefeita por voto indireto
Luiza Alzira Soriano Teixeira, do Rio Grande do Norte, foi a primeira prefeita eleita no Brasil, em 1928, no entanto, ela foi eleita de forma indireta, que permitia o voto apenas de pessoas delegadas.

Fonte: G1 CEARÁ

Em Fortaleza, PM registra 73 prisões e confrontos com torcedores

Políciais do Raio disparam balas de borracha para impedir invasão de torcedores a terminal de ônibus (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Até os 20 minutos do segundo tempo da partida entre Ceará e Fortaleza, no Estadio Castelão, na tarde deste domingo (17), foram detidas 73 pessoas somente na área entorno da arena. Segundo o major George Benício, que comanda a operação de segurança para a partida, as pessoas detidas estavam “criando problemas” do lado de fora do estádio e foram conduzidas para a delegacia.

Políciais do Raio disparam balas de borracha para impedir invasão de torcedores a terminal de ônibus (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Outros conflitos com grupos de torcedores foram registrados na cidade. No terminal de ônibus do Bairro Lagoa, imagens flagraram a Polícia Militar disparando balas de borracha contra um grupo de torcedores que tentou invadir o terminal.  Um dos policiais chegou a aparar uma bomba caseira com as mãos.

Já na Avenida Dedé Brasil a Polícia Militar teve de parar um ônibus que transportava outro grupo de em direção ao estádio. De acordo com a polícia, os torcedores dispararam rojões contra soldados do Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e danificaram o ônibus com pedras. Cacos de vidros atingiram alguns usuários do veículo.

Apesar das ocorrências, segundo o major Benício, o policiamento tem sido suficiente para conter as ações criminosas. O balanço geral sobre o esquema de segurança, no entanto, somente será possível fazer após o fim da partida.

Contingente
Para o Clássico-Rei deste domingo, entre Ceará e Fortaleza, na Arena Castelão, 665 policiais militares foram escalados para fazer a segurança do público.

Além deles, 60 agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) e 40 bombeiros auxiliam a polícia, ao longo da partida. Uma ambulância e uma viatura contra incêndio também estarão disponíveis no Estádio.

Fonte: G1 CEARÁ

'Consegui mostrar o que é o tribunal do júri'

O juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano se emociona ao comentar a decisão de abrir o tribunal do júri para a população, com a transmissão do julgamento de Mizael Bispo de Souza, condenado na quinta-feira a 20 anos de prisão pela morte de Mércia Nakashima. Aos 38 anos e com mais de 1.500 júris na carreira - ingressou na magistratura em 1998 -, ele também deixa transparecer emoção ao defender que crimes do colarinho branco sejam julgados por jurados, como os homicídios, e ao falar do Corinthians - viajou ao Japão em dezembro, onde comemorou o título de campeão do Mundial de Clubes.

Quando e como surgiu a ideia de transmitir um júri?

Vem sendo sedimentado. Conversando com outros colegas, pedindo orientações e opiniões, até que chegou o momento. Este caso foi uma oportunidade para mostrar para a população o que acontece no tribunal do júri. Este julgamento teve um caráter didático da minha parte, educacional. Não queria que se transformasse em uma farsa. Porque, com essa ideia que tinham colocado, de que a imprensa já estava condenando o réu, esse senso de responsabilidade para o jurado aflorou de alguma forma. Acho que todos perceberam, por meio das perguntas que foram feitas por eles. No momento em que eles me pediram para dar uma parada para consultar os autos, percebi esse ar que todos os juízes têm, de analisar com imparcialidade e justiça. Observei isso nos olhos de alguns deles.

Cogitou em algum momento desistir da transmissão?

Tive a informação pelo doutor Samir Haddad Junior (defensor de Mizael) de que o réu não havia concordado. Chamei o doutor Samir e o próprio Mizael para conversar, na presença do Ministério Público. Expliquei para eles a situação, os pontos positivos e talvez os negativos e, a partir daí, o próprio Mizael disse: "Doutor, vamos fazer esse julgamento, acho que essa é a melhor forma para que seja feita a justiça, as pessoas serão mais isentas, com o povo observando o que vai acontecer aqui". Não existe uma regulamentação legal para a transmissão desse tipo de julgamento, fica muito no poder discricionário do juiz autorizar ou não, mas como envolve direito de personalidade e como temos o interesse social, do público em acompanhar, procurei encontrar esse ponto de equilíbrio.

Quais foram as regras para a imprensa?

Tinha preocupação em relação ao sensacionalismo, mas todos assimilaram qual era o meu pensamento, de mostrar o que realmente ocorre no tribunal. Pedi para que não fossem dados focos no senhor Mizael e isso foi observado sem nenhum tipo de problema. Durante todo o julgamento, controlei o que estava acontecendo.

Por que não permitiu que os jurados fossem mostrados, apesar da concordância deles?

Tinha medo de que essa minha ousadia pudesse no futuro trazer nada negativo para os jurados, principalmente em relação à segurança.

O Tribunal de Justiça de Rondônia disse ter sido o primeiro no País a transmitir ao vivo um júri - o dos acusados da Casa de Detenção Urso Branco. O pioneirismo foi uma preocupação sua?

Sou o tipo de juiz que não tem qualquer tipo de vaidade, faço até elogios ao TJ de Rondônia, se foram realmente os pioneiros, mas eu realmente não tinha ciência disso. Agora, aqui no Estado de São Paulo, essa transmissão conseguiu atingir um número maior de pessoas. Para ter uma noção, foi utilizado Twitter, Facebook e canais abertos de TV que eu não tinha conhecimento também, só fiquei sabendo no último dia. Internet, eu sabia, estava até acompanhando nos intervalos. Agora, quem foi que fez o primeiro, quem fez o segundo, isso é o de menos. Para mim, é indiferente. O meu objetivo foi alcançado, que era trazer transparência para esse julgamento e mostrar para a população brasileira como é o funcionamento do tribunal do júri.

O senhor sabe qual foi a repercussão no meio jurídico?

Até me emociono, novamente. Acho que vocês já perceberam que sou uma pessoa emotiva. As mensagens que recebi foram de força. Recebi mensagens de colegas, advogados, promotores, do público, de estudantes, não só de São Paulo, recebi mensagens de Fortaleza. Acho que consegui atingir o objetivo de popularizar o tribunal do júri. É uma sensação de dever cumprido, até por todos os problemas pessoais que enfrentei na semana anterior, quando rompi o tendão de aquiles, minha mulher sofreu uma cirurgia de emergência e não pude dar essa assistência a ela. Todas essas coisas estavam na minha cabeça. O juiz tem sentimentos. / COLABORARAM ADRIANA FERRAZ e MÔNICA REOLOM

Fonte: O Estadão.com