segunda-feira, 8 de abril de 2013

Audiência pública em Acopiara discute situação de seca na região centro sul do Ceará

Com o tema: "Água, Crédito e Semente, o Drama da Estiagem", foi realizada na última sexta-feira, dia 05 de abril, no Centro Social Paroquial, uma Audiência Pública que discutiu a situação de seca na região Centro Sul do Ceará.

O evento foi promovido pela Diocese de Iguatu - Comissão de Justiça, Ministério Público Estadual e Fórum Acopiarense em Defesa da Vida - FADV.

Vários prefeitos, deputados estaduais, representantes do Governo do Estado do Ceará, vereadores, líderes comunitários e a população em geral marcaram presenças. A reunião ainda contou com a presença de representantes da Sohidra, Cagece, Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Aprece e Dnocs.

O padre João Batista, coordenador da reunião, afirmou ao blog que o objetivo da audiência foi sensibilizar as autoridades competentes para a gravidade da seca na região, bem como buscar soluções urgentes para resolver o problema.

Na abertura da audiência foi exibido um documentário com depoimentos de pessoas de várias regiões do Ceará prejudicadas por conta da seca. Em seguida o Padre João Batista desenhou o mapa de estatísticas, transformando a situação atual em números, e pediu que as autoridades ali presentes, fossem o ouvido e a resposta do povo.

De acordo com o padre João Batista, muito se fala no Ceará da chagada de 49 mil toneladas de milho, que virá através de navios. Ele acredita que esse milho poderá chegar tardiamente para os agricultores causando-lhes maiores prejuizos. “O rebanho na aguenta esperar tanto tempo. Até a chegada desse milho os animais estarão mortos”, disse.

A escassez de água nos reservatórios foi outro ponto amplamente discutido com as autoridades e a população. A implantação de poços profundos nas comunidades da zona rural e a conclusão das obras da adutora do Trussu seriam as soluções para resolver o problema de falta de água.

O prefeito de Acopiara, Dr. Vilmar (PSB) que representou os demais prefeitos da região centro Sul do Ceará, foi catedrático ao afirmar que em relação ao município de Acopiara, os esforços necessários estão sendo tomados para resolver o possível colapso no abastecimento de água no município. “Recebi uma ligação do próprio governador do estado, Cid Gomes que nos pediu um relatório acerca das obras da adutora do Trussu. Esse trabalho já foi feito e entregue ao governador. O problema será resolvido”, lembrou.

O prefeito Dr. Vilmar falou até da possibilidade da construção de uma adutora emergencial para não deixar que a população sofra por falta de água. “Seria a construção de uma adutora com os canos sobre a terra. Em poucos dias a obra estaria pronta para atender a população”, disse.

O padre João João Batista afirmou que vai transformar a audiência pública em um documento que será entregue as autoridades competentes. Disse ainda que o papel da Igreja, em unir suas forças, a de autoridades ouvindo o grito de alerta da situação e do povo, foi o alicerce fundamental dessa reunião pública.

Os senadores Eunício Oliveira e Inácio Arruda tomaram conhecimento da repercussão do evento, ligaram para o padre João Batista e se colocaram a disposição para encaminhamentos junto ao governo federal das sugestões apresentadas no encontro. 

Fonte: Blog do Cide Estevão

Sérgio Guerra revela estratégia para viabilizar a vitória de Aécio

 

O presidente nacional Sergio-Guerra-Foto-George-Gianni-PSDB-2-300x200do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), entrega no mês que vem o comando do partido ao presidenciável Aécio Neves (MG). Para Guerra, ser presidente do PSDB e, ao mesmo tempo, candidato do partido ao Planalto no ano que vem, ajudará o senador mineiro a tornar-se mais conhecido nacionalmente e reforçará os laços dele com a militância tucana. “Aécio chegará à eleição mais conhecido”, disse o deputado.

Apesar dos altos índices de aprovação pessoal e de governo da presidente Dilma Rousseff e de uma confortável dianteira da petista nas pesquisas de intenção de voto, Sérgio Guerra acredita que a próxima eleição será diferente da anterior. A economia já não tem o mesmo desempenho, a inflação é uma ameaça, o emprego declina e as obras prometidas não saíram do papel.

Para aproveitar esse cenário, é fundamental a unidade partidária. “Se não tivermos unidade em São Paulo, não seremos beneficiados pela divisão que as candidaturas de Eduardo Campos e Marina Silva provocarão no Nordeste”, comentou, em entrevista exclusiva ao Correio.

O PSDB corre o risco de repetir 2002, 2006 e 2010 e entrar na eleição presidencial sem unidade em torno de uma candidatura própria?
Não dá para olhar para a frente com a visão da última eleição. São mais de 10 anos de governo do PT, notória incapacidade gerencial, insatisfação crescente de setores sociais relevantes e taxas de inflação preocupantes, além de problemas no câmbio. Questões gerais para as quais o governo atual não dá resposta.

Fonte: jornal Correio Braziliense

Preço dos alimentos cai no mundo, mas sobe no Brasil

Preço dos alimentos cai no mundo, mas sobe no Brasil<br /><br />O preço dos alimentos no Brasil elevou-se em 5,5% entre outubro de 2012 e os dias atuais. O aumento contrasta com a situação dos outros países – no mercado global, para o mesmo período, o preço da comida diminuiu 2,6%.<br /><br />http://www.psdb.org.br/preco-dos-alimentos-cai-no-mundo-mas-sobe-no-brasil/<br /><br />Foto: ABr
O preço dos alimentos no Brasil elevou-se em 5,5% entre outubro de 2012 e os dias atuais. O aumento contrasta com a situação dos outros países – no mercado global, para o mesmo período, o preço da comida diminuiu 2,6%.

Fonte: http://www.psdb.org.br/preco-dos-alimentos-cai-no-mundo-mas-sobe-no-brasil/

Joaquim Barbosa, critica emenda que tira poder do Ministério Público


Joaquim Barbosa, critica emenda que tira poder do Ministério Público: http://bit.ly/10AgNK5<br /><br />"Acho péssimo, péssimo. A sociedade brasileira não merece uma coisa dessas." Essa foi a avaliação do presidente do STF, sobre a Proposta de Emenda Constitucional 37/2011, em tramitação no Congresso Nacional.
A PEC 37, de autoria do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), acrescenta um parágrafo ao artigo 144 da Constituição Federal, para estabelecer que a apuração das infrações penais será competência privativa das polícias federal e civil. Atualmente, por determinação constitucional, o Ministério Público e outras instituições também exercem a atividade de investigação criminal.

Fonte JusBrasil

Gastos com deputados mensaleiros chegaram a R$ 1 milhão


João Paulo Cunha foi condenado a 9 anos e 4 meses em regime fechado (Iano Andrade/CB/D.A Press - 4/2/13)

No acórdão do mensalão, previsto para ser publicado nesta semana, os quatro deputados federais condenados no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) são citados como participantes de um esquema de articulações políticas, troca de favores e recebimento de propinas. Desde que as penas foram definidas, porém, três deles assumiram postura discreta e agem na penumbra da Câmara, fugindo diariamente dos holofotes — e da atividade parlamentar. Os gastos com os gabinetes, porém, continuam na ativa. Considerando salários regulares, vencimentos extras e uso da cota, o quarteto condenado no STF custou cerca de R$ 1 milhão aos cofres da Casa desde a condenação.

A maioria das penas dos réus foi definida pela Corte na última semana de novembro do ano passado. Daquela data em diante, a atuação de João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) — que já evitavam aparecer — foi reduzida sensivelmente. No período, eles não apresentaram projetos, não relataram propostas de colegas, não fizeram discursos ou comentários em plenário nem tiveram participação ativa nas comissões.

Fonte: Correio Braziliense

Consumidora compra notebook e recebe pedra em MG


Uma consumidora da cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, comprou um notebook à vista da rede de lojas Magazine Luiza e, no lugar do computador portátil, recebeu uma pedra dentro de uma caixa. A compra foi feita pela internet e o produto chegou à residência de Vera Lúcia Ferreira Santos no dia 2 de abril.

"Eu não acreditei que aquilo estava acontecendo. Ainda procurei dentro da caixa para ver se o computador estava em algum lugar. Mas na mesma hora liguei na loja para fazer a reclamação", afirmou a consumidora. "Eles me disseram que eu teria que esperar. Mas não era um problema meu, e sim um problema interno deles", completou.

Segundo Vera Lúcia, a caixa estava lacrada com a fita adesiva da própria empresa e isso surpreendeu a consumidora. "Fizemos um Boletim de Ocorrência e a empresa disse que resolveria o caso até sexta-feira (5 de abril)".

Em contato com o Terra, o Magazine Luiza pediu desculpas à cliente e afirmou que efetuaria a troca do produto em até seis dias úteis. No último sábado, 6, a empresa efetuou a entrega do notebook que Vera havia comprado.

Quando questionada qual havia sido o motivo de uma pedra ter chegado à residência da consumidora, o Magazine Luiza afirmou que ainda investiga o caso e que "priorizou o rápido atendimento à cliente".

Bruno Gagliasso e Matheus Nachtergaele trocam beijos em protesto contra Marco Feliciano


Entrando na campanha contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), Bruno Gagliasso postou uma foto antiga em seu Instagram, nesta quarta-feira, na qual aparece dando um beijo no ator Matheus Nachtergaele. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Feliciano é acusado de racismo e homofobia.

O ator da Globo entrou na campanha contra o pastor após o manifesto de diversas celebridades, entre elas Fernanda Montenegro e Camila Amado, que se beijaram durante uma premiação em protesto
contra a presença do deputado na comissão.

"Quanto menos você sabe, mais você julga. Feliciano não me representa", escreveu o global na legenda da foto publicada hoje. 

Pouco tempo depois da postagem dos ator, Yasmin Brunet e Antonia Morais, irmã de Cleo Pires, também divulgaram uma foto no Instagram dando um selinho. 

"Amor não escolhe raça ou sexo. O amor é livre. Feliciano não nos representa", postou Yasmin na
legenda da imagem.

Fernanda Paes Leme e Fernanda Rodrigues também postaram a foto de um selinho entre elas, nessa segunda-feira, como forma de indignação. Já apresentadora Xuxa se manifestou contra o deputado e quase foi processada por ele ao chamá-lo de "monstro" em sua página no Facebook. 

Narcisa Tamborindeguy também entrou na onda. Na semana passada, a socialite postou uma imagem em seu Twitter em que aparecia com uma placa com os dizeres "Xô Feliciano".

E, no festival Lollapalooza, que ocorreu nesse final de semana em São Paulo, o rapper Criolo e a banda Planet Hemp interromperam suas apresentações para pedir a saída de Feliciano do cargo.

Adolescente que sofreu bullying será indenizada por dano moral


A 5ª câmara Cível do TJ/RS manteve a decisão de 1º grau que determinou a reparação de R$ 10 mil por danos morais a uma adolescente que foi ofendida na escola e nas redes sociais. Os pais da jovem que deu início às ofensas, motivando seus colegas a fazerem o mesmo, serão responsáveis pelo pagamento.

A autora relatou que, em outubro de 2011, a ré realizou uma verdadeira campanha para sua desmoralização no meio escolar e nas redes sociais. Conforme as provas apresentadas no processo, a jovem a chamava de "escrota, homem mirim, inimiga, infantil", entre outros.

A demandada reconheceu as ofensas verbais, porém disse que não teve a intenção de denegrir a sua imagem. A juíza de Direito Elisabete Correa Hoeveler, da comarca de Porto Alegre/RS, estabeleceu a reparação em R$ 10 mil, a título de danos morais.

A ré recorreu da decisão e pediu a redução do valor indenizatório. Alegou ainda que não foram comprovados os danos morais sofridos, sustentando que não houve intenção de ridicularizar ou denegrir a honra da adolescente.

Já a autora pleiteou a condenação também ao pagamento de indenização pelos danos materiais experimentados, já que necessitou trocar de escola, com mensalidade superior, em razão das ofensas sofridas.

A 5ª câmara Cível do TJ/RS negou por unanimidade os recursos, mantendo a decisão de 1º grau. O relator, desembargador Jorge Luiz Lopes do Canto, reconheceu o dano moral, tendo em vista que a autora foi ultrajada pelo uso de palavras ofensivas que resultaram na violação do dever de respeitar a gama de direitos inerentes à personalidade de cada ser humano. Considerou ainda que "as referidas ofensas dão conta de um fenômeno moderno denominado de bullying, que se trata de conduta ilícita e deve ser reprimida também na esfera civil com a devida reparação".

O relator destacou o valor da indenização por dano moral deve ter caráter preventivo, com o objetivo de a conduta danosa não voltar a se repetir, e também punitivo, visando à reparação pelo dano sofrido, não devendo, porém, se transformar em objeto de enriquecimento ilícito. Assim, manteve o montante fixado em 1° grau.

Quanto ao dano material, negou o pedido, pois a de troca de colégio teria sido decidida anteriormente pela família.

O processo corre em segredo de Justiça.

Fonte: TJ/RS

Feliciano diz que Deus ‘matou’ John Lennon e Mamonas Assassinas

Novos videos publicados na internet do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, causaram polêmica neste final de semana. Nas imagens publicadas ontem (7), o pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento diz durante um culto que Deus matou John Lennon e os integrantes da banda Mamonas Assassinas.

Feliciano criticou Lennon, morto a tiros por um fã em 1980, que disse em uma entrevista que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo. "A minha bíblia diz que Deus não recebe esse tipo de afronta e fica impune. Passou algum tempo depois dessa declaração, está ele (John Lennon) dentro do apartamento, quando abre a porta e escuta alguém chamar pelo nome. Ele vira e é alvejado com 3 tiros no peito", afirma. “Eu queria estar lá no dia em que descobriram o nome dele. Ia tirar o pano de cima e dizer: me perdoe, John, mas esse primeiro tiro é em nome do pai, esse é em nome do filho, e esse é em nome do espírito santo. Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar”.

Vestido todo de branco, Feliciano fala para uma multidão, e não é possível identificar a data ou onde foi realizado o culto.

Em outro vídeo, aparentemente gravado do mesmo culto, Feliciano diz que as músicas dos Mamonas Assassinas, ao se dirigirem para crianças, tocaram na “santidade de Deus”. Ele criticou o cantor da banda, Dinho, por ter sido evangélico da Assembleia de Deus, e o chamou de “vendido”. “Se vendeu ao diabo pelo vil dinheiro, dizem por aí que todo homem tem seu preço”.

Todos os integrantes da banda, conhecida pelas letras engraçadas e cheias de duplo sentido, morreram em um acidente aéreo em 1996.

“Até hoje há uma interrogação do que aconteceu ali para os homens. Eu sei o que aconteceu ali. O avião estava no céu, região do ministro do juízo de Deus. Lá na Serra da Cantareira, ao invés de virar pra um lado, o manche tocou pra outro. Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças", disse.


Morre a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher


A ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, conhecida como Dama de Ferro, morreu nesta segunda-feira (8) aos 87 anos, vítima de um derrame. 

"É com grande tristeza que Mark e Carol Thatcher anunciaram que sua mãe, a baronesa Thatcher, morreu tranquilamente depois de um ataque cerebral nesta manhã", afirmou em um comunicado seu porta-voz, Lord Tim Bell.  

Única primeira-ministra mulher na história da Grã-Bretanha, Thatcher liderou os conservadores em três vitórias eleitorais, governando de 1979 a 1990, o maior período contínuo no governo para um premiê britânico desde o início do século 19.

Líderes políticos lamentaram o anúncio da morte de Thatcher. "Perdemos uma grande dirigente", disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron, que encurtou nesta segunda-feira uma viagem pela Europa para voltar a Londres.

O porta-voz da família real disse que a rainha Elizabeth 2ª "está triste".

O antigo dirigente soviético Mikhail Gorbachev declarou que Thatcher ficará na história. "Margaret Thatcher era uma grande personalidade política e uma pessoa brilhante. Ela permanecerá na memória e na história".

Thatcher terá um funeral cerimonial na Catedral de St. Paul, anunciou Downing Street, descartando um funeral de Estado.  

"Downing Street pode anunciar que, com o consentimento da Rainha, Lady Thatcher receberá um funeral cerimonial com honras militares", declarou em um comunicado, sem informar uma data.

Thatcher havia se submetido a uma cirurgia na bexiga em dezembro do ano passado. Ela sofria de demência e nos últimos anos apareceu poucas vezes em público.

Conhecida como Dama de Ferro devido ao estilo autoritário, uma marca de seu governo, suas políticas econômicas foram centradas na desregulamentação do setor financeiro, na flexibilização do mercado de trabalho e na privatização das empresas estatais. Seu governo obteve sucesso em reduzir a inflação, mas viu um significativo aumento do desemprego.   

Após deixar o Parlamento, Margaret Thatcher criou um instituto e uma fundação e continuou discursando pelo mundo, até sua aposentadoria definitiva em 2002.

Começa júri de 26 PMs acusados de matar 15 no massacre do Carandiru

O julgamento dos 26 policiais militares que participaram do caso que ficou conhecido como o massacre do Carandiru começou por volta das 11h desta segunda-feira (8), com mais de duas horas de atraso, no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista. Nesta manhã, foi feita a leitura das peças.

Pouco antes do meio-dia, jornalistas que estavam no plenário do fórum foram retirados da sala, porque, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, estavam conversando e atrapalhando a leitura das peças. Os jornalistas que acompanhavam o áudio do julgamento na sala de imprensa do fórum também tiveram suas atividades prejudicadas devido a uma falha técnica.

Os réus respondem em liberdade pelos assassinatos de 15 dos 111 presos mortos do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, há 20 anos. Os réus Argemiro Cândido e Reinaldo Henrique de Oliveira não foram ao fórum para acompanhar os trabalhos por motivos de saúde. A previsão é que a sentença seja conhecida em até duas semanas devido à quantidade de réus e testemunhas para serem ouvidas.

No dia da matança dos detentos, em 2 de outubro de 1992, grupos de elite da Polícia Militar, armados com revólveres, pistolas, espingardas, submetralhadoras e lançadores de granadas de gás, invadiram o presídio para conter uma rebelião. Cavalos e cães também foram usados. Revólveres, barras de ferro, estiletes, marreta de ferro e porções de droga teriam sido apreendidos pelos PMs com os presidiários.

O resultado da ação policial, no entanto, foi trágico para os presos. Rastros de sangue pelo chão levavam aos corpos deles, crivados de balas, principalmente nas cabeças, troncos e braços. Amontados, como se quisessem se proteger, eles permaneceram sem vida dentro das celas e corredores daqueles quatro andares da unidade prisional.

Duas décadas depois, sete jurados começaram a decidir nesta manhã se os policiais são culpados ou inocentes do crime de homicídio doloso qualificado (quando há intenção de matar, sem dar chance de a vítima se defender) contra cada um dos detentos. Para o Ministério Público, responsável pela acusação, os PMs executaram as vítimas e, por esse motivo, deveriam ser condenados à prisão pelas mortes que provocaram. O juiz José Augusto Nardy Marzagão preside o júri.

“Houve claramente um massacre, uma execução. Os presos foram mortos sem chance de se defenderem”, afirmou o promotor Fernando Pereira da Silva, que quer uma pena máxima de 30 anos para os policiais. “Lembrando que essa pena pode ser somada pelo número de mortos.”

Mesma opinião tem o também promotor Márcio Friggi. “Os presos foram mortos com tiros na cabeça e peito. Os PMs atiraram para executar e não para se defenderem. Eles também alteraram a cena do crime”, afirmou.

Júri desmembrado

Mais 53 PMs serão julgados posteriormente pelas mortes dos demais 96 detentos. No total, 79 são acusados pelo Ministério Público dos 111 homicídios no mesmo processo do Carandiru. São 57 volumes, 111 apensos e 50 mil páginas. Por conta do número de réus, no entanto, a Justiça desmembrou o caso em quatro partes ou júris diferentes, correspondentes aos andares invadidos. O critério será julgar o grupo de policiais militares que esteve em cada um dos pavimentos onde presos foram mortos.

Nesta manhã, vão a julgamento 26 então policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que invadiram o 1º andar da unidade prisional e participaram da ação que resultou em 15 detentos mortos. Quatorze deles baleados e um esfaqueado. Atualmente, somente oito dos réus continuam na ativa, e após promoções estão trabalhando na PM como oficiais. Os demais se aposentaram. Pela lei, os acusados não são obrigados a comparecer ao julgamento. Pelo menos dois deles não deverão ir por motivos de doença.

Entre um julgamento e outro está programado um intervalo de até três meses, segundo o juiz do caso, José Augusto Marzagão, informou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP.  O magistrado pretende terminar todos os julgamentos neste ano.
No térreo do Pavilhão 9 não houve mortes. No segundo andar, porém, outros 29 PMs da Rota entraram e deixaram 73 vítimas. No terceiro andar ingressaram 16 integrantes do Comando de Operações Especiais (COE) e saíram de lá oito presos sem vida. Mais 15 homens foram mortos no quarto andar após a ida de 13 membros do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

Para a Promotoria, o maior desafio da acusação será o de convencer os jurados de que é errada a ideia de que "bandido bom é bandido morto". "Infelizmente, tem muita gente que coaduna com essa ideia. Tanto que alguns policiais, ao invés de punidos, são premiados", comentou Márcio Friggi.
Para tentar convencer os jurados de que os PMs devem ser punidos por executarem os presos, os promotores querem ouvir os depoimentos de testemunhas que presenciaram o massacre, entre elas detentos sobreviventes. Também foram arrolados um agente penitenciário que trabalhava no Carandiru e o perito que esteve na cena do crime.
Argumentar sobre o risco da impunidade é outra estratégia da acusação. A Promotoria poderá citar, por exemplo, que a morte dos detentos provocou o surgimento de uma das facções criminosas mais perigosas de São Paulo.

Ubiratan

Desde 1992 até agora, somente um réu foi julgado no processo do massacre: coronel Ubiratan Guimarães. Em 2001, o então comandante do Policiamento Metropolitano e responsável pela invasão ao presídio foi condenado a 632 anos de prisão pelo assassinato dos 111 detentos. Cinco anos depois, no entanto, sua defesa recorreu da sentença e ele, já na condição de deputado estadual foi absolvido. O oficial e político foi morto com um tiro em 2006, dentro de seu apartamento.

Os defensores dos acusados rebatem a denúncia do Ministério Público. Alegam que os policiais agiram no cumprimento do dever para por fim ao tumulto na cadeia e que só dispararam contra os presos em legítima defesa porque eram ameaçados e agredidos por eles. Além do total de presos mortos no Carandiru, 87 detentos ficaram feridos. Nenhum dos PMs foi morto ou ferido a bala naquele dia, mas 23 policiais também se machucaram.

“Não há o que se falar em assassinato e execução. Não houve massacre. Meus clientes agiram de acordo com a lei e responderam quando foram atacados pelos detentos”, afirmou a advogada Ieda Ribeiro de Souza, que pedirá aos jurados a absolvição de todos os réus. Ela informou ainda que deverá pedir nesta segunda-feira à Justiça o sigilo na divulgação dos nomes dos réus. Até as 6h30 desta segunda, entretanto, o nome deles constava no processo do caso disponível no site do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Segundo a defensora dos PMs, um dos argumentos da defesa será o fato de não existir até agora nenhuma prova técnica que indique qual policial matou um determinado preso. “O grande problema da acusação será conseguir individualizar a conduta de cada PM. A lei exige essa individualização para se condenar alguém. Mas a própria Polícia Técnico Científica informou recentemente que nunca realizou a perícia do confronto balístico, entre as 388 armas apreendidas dos PMs e as balas encontradas nos corpos dos presos, por que nunca houve condições técnicas para se realizar isso”, afirmou Ieda de Souza.


Entre as testemunhas solicitadas pela defesa dos PMs estão Luiz Antonio Fleury Filho, então governador de SP à época. Pedro Franco Campos, que foi secretário da Segurança Pública do estado, também foi arrolado. Ainda foram chamados agentes penitenciários.

As 350 cadeiras do plenário dez deverão acomodar parentes das vítimas e dos acusados, jornalistas e o público que quiser assistir ao júri. As testemunhas ficarão isoladas entre si e do público durante o júri e só serão liberadas após prestarem depoimento. Elas dormirão no Fórum de Santana, na Zona Norte. Os jurados, porém, só voltarão para suas residências após o julgamento. Durante esse tempo, descansarão no Fórum da Barra Funda. De acordo com o TJ, R$ 8 mil serão gastos só com a alimentação.