quarta-feira, 10 de julho de 2013

Exército aumenta segurança do Papa, que pode ter até 6 helicópteros

Em Guaratiba, serão 7 mil soldados; 400, de terno, estarão na área do altar. Vaticano pediu atenção a momentos em que Pontífice se aproximar de fiéis.

Vaticano quer contato próximo do Papa com fiéis O Papa Francisco brinca com bebê nesta quarta-feira (12) na Praça de São Pedro, no Vaticano (Foto: Alessandra Tarantino/Reuters)durante a JMJ e pediu atenção à segurança
(Foto: Alessandra Tarantino/Reuters)

Às vésperas da chegada do Papa Francisco ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, o Exército anunciou um aumento no número soldados que serão usados para segurança do Pontífice em Guaratiba, onde ele rezará uma missa no domingo (28). A expectativa é que mais de um milhão de pessoas participe do ato.

A previsão inicial era que 4 mil homens atuariam no cerco do terreno do Campus Fidei, onde será a vigília. Agora, serão ao menos 7 mil, que farão também a segurança dos fiéis durante a celebração, responsabilidade que ficaria a cargo de uma empresa privada.

No palco, o altar da celebração, estarão 400 militares usando terno e gravata e mais 80 agentes da Polícia Federal (outros 70 estarão disponíveis em caso de necessidade). Incluindo o efetivo que será empregado em Aparecida (SP), o total de soldados empregados durante a "operação Papa" chegará a 10.200.

Também há a previsão do número de helicópteros disponíveis para a comitiva papal, inicialmente previstos em 4 unidades militares Super Puma, passe para 6, incluindo agora uma aeronave UTI privada e um outro helicóptero de configuração VIP, que é usado pela Presidência da República e poderia ser cedido para a ocasião, segundo o coronel Alberto Correa, da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.

Oficialmente, estão confirmados até o momento os 4 helicópteros militares: um modelo branco da Aeronáutica, que também possui a configuração VIP, e com capacidade de 6 passageiros, e outros três Super Puma, um da FAB, outro da Marinha e outro do Exército, com a camuflagem normal, e capacidade para até 12 passageiros. Nenhum deles será pintado, diz o Exército.

Já a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) recebeu do Vaticano a recomendação para que haja cuidado e "atenção" nos momentos em que o Papa se aproximará dos fiéis.

Atenção a momentos com fiéis

Segundo o coronel Paulo Cruz, a maior preocupação não está em um atentado,  mas em um incidente que poderia ser provocado pela comoção dos fiéis.  “O chefe da segurança pessoal do Papa nos disse que ele quer muito contato com o povo, não quer ficar isolado. E a segurança tem que ter muita atenção nestes momentos em que ele se aproximar das pessoas porque pode gerar um risco”, diz Cruz.

A recomendação para cuidados com a segurança durante a aproximação partiu do comandante Corpo da Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano, Domenico Giani, que coordena a proteção do pontífice e esteve no Rio em junho.
“Se uma pessoa tenta tocá-lo, vários outros podem tentar e isso gerar um incidente de risco sobre ele. Mesmo sem ter a intenção de ataca-lo, mas como um geste de carinho, pode gerar uma situação problemática”, diz o coronel.
Cruz minimiza riscos ao Papa Francisco, mas lembra que o turco Mehmet Ali Agca, preso na Praça de São Pedro, no Vaticano, após atirar contra João Paulo II em 1981, não tinha antecedentes criminais. No atentado, o Pontífice ficou gravemente atingido por tiros.

“A Jornada é um evento que vai mudar toda a cidade e terá repercussão mundial. Nossa preocupação é atender os dois lados: mostrar o lado popular do Papa e realizar a Jornada com segurança”, admite o oficial.

Passeio de papamóvel na praia
A maioria dos deslocamentos do Papa será de helicóptero. Ele não fará nenhum percurso de carro. Para chegar à praia de Copacabana, onde falará com os jovens em dois dias do evento, ele seguirá da residência da Igreja no Sumaré, onde ficará hospedado, até o Forte de Copacabana por meio aéreo.
Do Forte, segue de papamóvel pela orla até o palco. O objetivo, diz o coronel Cruz, é que ele seja visto e possa ter contato com o público. “Pode ser que ele desça do papamóvel em algum momento para ficar mais perto dos fiéis, mas esta decisão será dele”, explica.

A recomendação do Brasil é para que o Papa use um vidro com proteção balística para o pronunciamento na orla. Um grupo de 20 agentes da PF descaracterizados, farão a segurança aproximada do Papa em Copacabana. Outros 40, com uniforme da PF, ficarão no entorno.
Já na comunidade de Manguinhos, onde o religioso fará uma visita no dia 25 de julho, está prevista uma caminhada pequena, de entre 50 e 100 metros, para que ele se desloque até a casa de um morador. “Avaliamos várias casas, mas não vamos divulgar em qual ele vai entrar. Até mesmo o morador não vai saber, iremos informar apenas horas antes para que não haja nenhum risco”, diz o coronel.

Área da Guarda Suíça
Já no Palácio São Joaquim, onde a comitiva papal realizará suas atividades, a responsabilidade pela segurança será da Guarda Suíça.
“Aquele local será considerado uma área de consular, como se o Papa estivesse na casa dele”, explica o coronel. Na sacada do Palácio o Pontífice fará a Oração do Angelus no dia 26. “Este momento será como se ele fizesse um discurso na Basílica de São Pedro, como se estivesse na casa dele. A segurança toda é da Guarda Suíça”, acrescentou.

VALE ESTE - CalendarioVisitaPapa_Versao3 (Foto: G1)

Fonte: G1

Dilma libera R$ 3 bi para municípios custearem saúde e educação

Dilma discursa na Marcha dos Prefeitos (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma discursa na Marcha em Defesa dos Municípios (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma Rousseff prometeu nesta quarta-feira (10) transferir R$ 3 bilhões aos municípios brasileiros para custeio de saúde e educação. Ela discursou durante 16ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que levou a Brasília mais de 4 mil prefeitos. Ao final do discurso, Dilma foi vaiada.
A verba deverá servir para pagar médicos e professores e demais custos de custeio na área da saúde e educação. Os municípios receberão em duas parcelas,  uma em agosto e outra em abril de 2014, de acordo com a presidente.
“Sabemos que saúde e educação é investimento, mas é custeio. Por isso o governo federal vai transferir 3 bilhões de reais como ajuda financeira aos municípios. Esse 3 bilhões nós esperamos ajudar os prefeitos e prefeitas a prestar serviços de melhor qualidade, a melhorar seu custeio”, disse.

A presidente anunciou também que o governo vai ampliar o Minha Casa Minha Vida para todos municípios com menos de 50 mil habitantes que quiserem participar do programa. "A partir de agora, todos os municípios abaixo de 50 mil podem acessar o programa Minha Casa Minha Vida e oferecer à população da sua cidade o sonho de realizar a casa própria. Nós não vamos mais deixar que haja seleção. Todos os municípios podem executar o programa", afirmou.

Outros valores
Além do R$ 3 bilhões, a presidente anunciou que aumentará o valor do Piso de Atenção Básica (PAB) por habitante, o que injetará mais R$ 600 milhões, no total, por ano, no repasse feito pelo governo, que beneficia cada município.
Ela afirmou ainda que vai repassar R$ 4 mil mensais a mais para custeio das equipes de saúde nos municípios ou na manutenção do posto de saúde. “Se a equipe também for composta por profissionais de saúde bucal, vamos acrescentar entre 2 a 3,9 mil reais”, disse.

Dilma disse também que o governo investirá R$ 3,2 bilhões para a construção 2 mil creches. Ela lembrou que o programa “Mais Médicos”, lançado nesta segunda-feira (8), investirá R$ 5,5 bilhões no Sistema Único de Saúde no próximo ano.

Vaias
A presidente terminou o discurso sob vaias dos prefeitos que assistiam ao discurso. Ela falava que, na gestão pública, “não há milagre”, quando as vaias começaram e diversas pessoas da plateia gritavam “FPM” – o Fundo de Participação dos Municípios.

“Vocês sabem que não tem milagre. Quem falar que tem milagre na gestão pública sabe que não é verdade. Precisamos fazer um esforço muito grande para atender aquilo que é emergencial e olhar como nós resolvemos a questão do financiamento da saúde e educação”, disse a presidente encerrando seu discurso.

Os prefeitos pediam uma posição da presidente sobre o reajuste de 2,5% do FPM, reivindicado pela CNM, mas ela não falou sobre o assunto e provocou as vaias.

Depois que a presidente deixou o palco, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, voltou para esclarecer aos prefeitos que o R$ 3 bilhões anunciados pela presidente equivalem a um incremento de 1,3% do repassse feito via FPM. Ele pediu calma aos presentes e disse que o recurso é o que foi “possível”.

“Eu não saio daqui contente, nem vocês, mas a presidente veio aqui e anunciou. Pra que vaiar? Não é o que nós queremos, mas é o que foi possível. Se não fosse assim, não tinha nada”, disse  Ziulkoski.

Mais tarde, no Palácio do Planalto, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, responsável pela articulação política, reforçou o argumento de Ziulkoski. Ela disse que os R$ 3 bilhões anunciados são “financeiramente equivalentes a 1% do FPM” e que serão repassados de forma direta, sem o desconto compulsório do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
Ideli explicou que a presidente não anunciou reajuste do fundo porque isso significaria alteração na legislação. “Qualquer vinculação a mais neste momento, dada a situação econômica internacional, a responsabilidade fiscal e o controle da inflação, não seria adequado [fazer o reajuste]”, afirmou.
“A presidenta teve a responsabilidade e também teve a sensibilidade de atender o que os prefeitos estavam pedindo e precisavam, mas o fez com a responsabilidade que o momento exige”, explicou a ministra.

Fonte: G1